ATA DA SEXAGÉSIMA NONA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA
LEGISLATURA, EM 06-9-2006.
Aos seis dias do mês de setembro do ano de dois mil
e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Carlos Comassetto, DJ Cassiá Gomes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Ibsen Pinheiro, João
Antonio Dib, Luiz Braz, Maria Celeste, Mônica Leal, Professor Garcia e Raul
Carrion. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Alex da Banca, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, João Carlos Nedel, Maristela
Maffei, Maristela
Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
725, 726, 727, 728, 729 e 730/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre.
À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 193/06 (Processo nº 4448/06); pelo Vereador João Antonio Dib, o
Pedido de Informação nº 211/06 (Processo nº 4599/06); pelo Vereador João Bosco
Vaz, o Projeto de Resolução nº 088/06 (Processo nº 4075/06). Na ocasião, em face da inexistência de quórum
deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima Quinta e Sexagésima
Sexta Sessões Ordinárias. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar,
estiveram, em 6ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 031 e
032/06, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell, Elói Guimarães,
Maria Celeste, Luiz Braz e Carlos Comassetto. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Secretário
Municipal da Fazenda. Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Executivo
nº 031/06 (Processo nº 4348/06): de nos 01 e 13, de autoria do Vereador
João Antonio Dib; de nos 02, 03 e 04, de Iniciativa Popular, de
autoria da Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul
– ASCAM/RS –, Associação Beneficente dos Funcionários da Câmara Municipal de Porto
Alegre – ABECAPA –, e Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto
Alegre – SINDICÂMARA –; de nos 05, 06, 07, 08 e 09, de autoria do
Vereador Professor Garcia; de nos 10 e 11, de autoria da Vereadora
Maria Celeste; e de nº 12, de autoria dos Vereadores Elói Guimarães, João
Antonio Dib, Luiz Braz, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion
e Sofia Cavedon. Também, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Bosco Vaz, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Alex da Banca, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 011/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos
Comassetto e Luiz Braz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 176/06, discutido
pelos Vereadores João Antonio Dib e Luiz Braz; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei
do Legislativo nos 183, 185, 186 e 187/06, o Projeto de Lei do
Executivo nº 033/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos
Comassetto e Elói Guimarães; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 007/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 158 e
159/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei abordou o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 011/06, que dispõe sobre alteração do regime
urbanístico em áreas da Cidade. Quanto ao assunto, destacou a importância do
debate das linhas desenvolvimentistas a serem seguidas pelo Município,
afirmando que o referido Projeto resulta de discussões com a comunidade e
propicia a reavaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de
Porto Alegre. O Vereador Carlos Comassetto referiu-se à representação
protocolada pelo Partido dos Trabalhadores junto ao Ministério Público, que
resultou na determinação judicial de repasse, pelo Governo do Estado, de verbas
orçamentárias destinadas ao sistema público de saúde. Da mesma forma, ratificou
Requerimento verbal formulado por Sua Excelência no início do corrente ano,
solicitando informações acerca dos recursos financeiros do Estado liberados a
Porto Alegre para aplicação na área da saúde pública. A Vereadora Clênia
Maranhão analisou o pronunciamento de hoje do Vereador Carlos Comassetto, em
Comunicação de Líder, referente às verbas recebidas pelo Município para a área
da saúde. Também, elogiou propostas de gestão, implantadas pelo Prefeito José
Fogaça, destacando o Programa Municipal de Microcrédito, a conclusão do Projeto
Vila Dique, o Projeto Cuidando da Cidade e a reforma da sede do Conselho
Tutelar da Microrregião 4, no Bairro Lomba do Pinheiro. O Vereador João Antonio
Dib replicou críticas ao Governo Estadual, hoje efetuadas pelo Vereador Carlos
Comassetto, lembrando o “Pacto pelo Rio Grande”, firmado por setores da
sociedade gaúcha, para construção de agenda mínima de ações voltadas ao enfrentamento
dos problemas econômicos observados no Estado. Igualmente, traçou comparativo
entre as gestões realizadas na área da saúde pública pelo Governador Germano
Rigotto e pelo ex-Governador Olívio Dutra. O Vereador Elói Guimarães abordou a
Lei Complementar nº 087/96, conhecida como Lei Kandir, que isenta a exportação
de produtos primários e semi-elaborados do Imposto sobre Produtos Industrializados
– IPI – e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Além
disso, afirmou que as compensações tributárias previstas
nessa legislação não estão sendo cumpridas pelo Governo Federal, o que tem
penalizado os Estados exportadores, em especial o Rio Grande do Sul. O Vereador
Claudio Sebenelo comentou reunião ocorrida ontem no Bairro Ponta Grossa, onde
foram debatidas dificuldades enfrentadas pela comunidade local, em termos de iluminação
pública e de esgoto cloacal. Nesse sentido, frisou que os moradores desse
Bairro pagam as taxas referentes a esses serviços, solicitando providências dos
Governos Municipal e Estadual para que sejam solucionados os problemas
existentes e devolvidos valores indevidamente cobrados. O Vereador Sebastião
Melo avaliou o sistema tributário brasileiro, asseverando que as receitas
destinadas aos Estados e Municípios inviabilizam o cumprimento adequado das
necessidades previstas pela legislação vigente. Ainda, propugnou por um
movimento conjunto dos diferentes grupos sociais em prol de mudanças na
legislação tributária e criticou a administração do Partido dos Trabalhadores
na época em que governou o Estado e atualmente à frente do Governo Federal. O
Vereador Raul Carrion discorreu sobre reunião do Conselho da Autoridade
Portuária, ocorrida no dia trinta e um de agosto do corrente, quando foi debatida
a remodelação do cais do porto da Cidade. Também, parabenizou a Polícia Federal
pela operação “Facção Toupeira”, que coibiu assaltos a bancos em Porto Alegre,
e elogiou o Congresso Nacional, pela extinção do voto secreto e pela aprovação
do Projeto que institui a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Na oportunidade,
o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da legislação municipal atinente
à zona portuária de Porto Alegre, tendo se manifestado a respeito o Vereador
Raul Carrion. Às dezesseis horas e quarenta e quatro minutos, constatada
a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Bernardino Vendruscolo e Claudio
Sebenelo, os dois últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do
Regimento, e secretariados pelos Vereadores Elias Vidal e Ibsen Pinheiro, este
como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Elias Vidal, 2º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo quórum, passamos à
PAUTA ESPECIAL
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(até 06 oradores/10
minutos/com aparte)
6ª SESSÃO
PROC.
N. 4348/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 031/06, que dispõe sobre as diretrizes
orçamentárias para 2007 e dá outras providências.
PROC.
N. 4349/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 032/06, que altera a Lei n. 9.814 de 29 de agosto
de 2005, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2006-2009 e dá outras
providências.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, finalmente chegamos ao sexto dia de Pauta
Especial, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias tem encerrada a sua discussão de
Pauta, portanto hoje também é o último dia para que trezentos eleitores ou três
entidades registradas possam apresentar emendas à Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
Eu
entendi de apresentar duas Emendas. A primeira porque ouvi discutirem tanto que
o Prefeito seria autorizado a suplementar as verbas até o montante de 10% do
total do Orçamento da Prefeitura, que eu substituí os 10% por 4,5%. E até posso
dizer por que coloquei 4,5%: é que houve um momento em que a Reserva de
Contingência era de 5,5%, e, na Reserva de Contingência, muita coisa pode ser
suplementada sem que haja necessidade de vir à Câmara Municipal. Então, eu
coloquei 4,5%. O Prefeito Fogaça, já pela segunda vez, propõe que a Reserva de
Contingência seja de apenas 2%, e eu acho que é uma preocupação do Prefeito
deixar mais clara a administração orçamentária da Prefeitura. De qualquer
forma, eu repeti os 4,5%, que é o valor que tem acontecido anualmente.
Por
outro lado, também fiz uma Emenda num subprograma - e os Vereadores que não se
preocupem com os subprogramas, porque assim é que é - para que os logradouros
municipais, as ruas da nossa Cidade, as travessas da nossa Cidade, as avenidas
da nossa Cidade recebam as placas denominativas. Essa é uma função que a
Prefeitura é obrigada a cumprir, mas não tem cumprido através dos anos.
Eventualmente, houve alguma colocação de placas, mas faltam muitas placas na
cidade de Porto Alegre.
Então,
estou fazendo uma Emenda nesse sentido e espero que ela seja aprovada na LDO
como aconteceu no passado. Inclusive, depois, devo apresentar uma Emenda ao
Orçamento, abrindo verbas para que isso possa se tornar realidade, apesar de já
haver lei vigente, permitindo que essas placas sejam colocadas nas ruas da
Cidade, nas esquinas da Cidade, explicita bem a Lei nº 383. E as placas podem
ser colocadas com publicidade, desde que essa publicidade ocupe, no máximo, 15
centímetros quadrados da área da placa. Não é uma área expressiva, dá apenas
para lembrar o nome de uma organização, e acho que é uma coisa muito boa e que
pode ser feita.
Essas
duas Emendas, que não alteram a proposta da LDO, acho que podem ser aprovadas,
sem dúvida nenhuma.
Eu
também não tive a sorte de a Comissão de Constituição e Justiça aceitar um
Projeto de Lei que apresentei, declarando o ano de 2007 o ano de identificação
dos logradouros. A Comissão de Constituição e Justiça não aceitou, disse que
não cabia ao Vereador fazer essa proposição, mas, como tenho um pouco de tempo
de Câmara, reapresentei um outro Projeto, já que em 1995 eu havia feito esse
trabalho, legislando em cima da data de 1995 como o ano de identificação dos
logradouros. Eu apresentei a lei, alterando o art.1º da lei, que permitiu a
identificação do logradouro. E quero dizer que, naquela oportunidade, o
Prefeito não só sancionou a lei como autorizou a proposição de 150 mil reais,
para que se colocassem as placas em toda a Cidade. Lamentavelmente, ele não
colocou as placas, e ficou apenas a aprovação no Orçamento.
Eu
espero que agora nós consigamos acertar essa medida pequena, mas da mais alta
relevância não só para os porto-alegrenses, não; para as pessoas que não são
daqui, porque para elas é pior ainda, elas não sabem como encontrar o nome das
ruas. Alguém que queira se orientar não pode, não há o nome, não vai achar. Nós
mesmos, Vereadores desta Cidade, de repente, no emaranhado de ruas em
Petrópolis, por exemplo, não sabemos em que rua nós estamos, porque as ruas
mudam, as ruas recebem novos edifícios, prédios são demolidos. De repente, nós
não passamos lá por dois ou três anos, a rua está diferente, e não vamos saber
identificar. Portanto, a identificação de logradouros é extremamente
importante, como também são importantes as leis que denominam os logradouros
públicos. Eu acho que nós vamos ter alguma coisa melhor.
Espero
que os meus nobres Pares não façam trezentas emendas ou mais como todas as
vezes acontece na LDO e no Orçamento. E, depois, na hora de votar, reduzem aqui,
por acordo, a 30 ou 40 emendas, e está tudo muito bem. Então, eu acho que nós
poderíamos pensar bem antes de fazer as Emendas. Eu fiz duas. Se cada Vereador
fizer duas, nós teremos 72 emendas, o que é um número razoável. Algumas serão
rejeitadas, ficarão em torno de 30 ou 40 emendas aprovadas, o que vai muito
bem. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O
Secretário Cristiano Tatsch, se quiser, por favor, pode adentrar o nosso
Plenário, que está à disposição.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Braz, boa-tarde; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, eu,
sim, Ver. Dib, vou tentar dialogar com V. Exª, porque me parece que V. Exª é um
dos poucos Vereadores da chamada base do Governo que tem a coragem, a
determinação de discutir o Orçamento, a LDO e o Plurianual. Ainda bem que hoje
nós temos a presença do Secretário Cristiano Tatsch e de vários membros da
Secretaria da Fazenda do Município. E nós queremos, sim, aqui fazer um diálogo,
como nós temos proposto desde o início deste Governo, acerca do Plurianual, da
LDO e do Orçamento.
Eu
sou da opinião, Ver. João Dib, de que também não adianta fazer trezentas
emendas, divulgar para a população de Porto Alegre que pedimos uma babilônia de
dinheiro para uma obra - que, sem dúvida nenhuma, demorará - nesta ou naquela
parte da Cidade. Eu prefiro dizer que a obra não aconteceu, que não acontecerá
por problemas de falta de diálogo, porque hoje nós temos um País entre o ente
federado, os Estados e os Municípios. Enquanto não resolvermos essas questões
de competência da União, dos Estados e dos Municípios, com uma disparidade e
concentração das finanças numa ou noutra esfera, nós não vamos resolver esses
problemas, nós vamos estar aqui “batendo boca”, é isso que tem normalmente
acontecido.
Eu
fico impressionado, porque, na gestão passada, quando o meu Partido era
Governo, apresentaram-se Emendas e mais Emendas; um ano chegaram - eu me
lembro, eu era Presidente da CEFOR - a apresentar mais de duzentas Emendas,
mais de duzentas Emendas! Teve alguém aqui que apresentou sessenta Emendas. Eu
quero dizer que isso não é sério, isso não é sério, porque, em primeiro lugar,
nenhum Vereador tem a capacidade e a condição de acompanhar temas tão díspares
para apresentar sessenta Emendas; é impossível, irreal, oportunista. E, agora,
que nós estamos num ano eleitoral, é eleitoreiro.
Nós
temos que discutir, sim, como eu tenho tentado fazer desde o início do ano
passado, quando apontei que no Plurianual havia lacunas, havia elementos que
chamavam gastos astronômicos para uma conta só, que não se sustentaria, e o
Ver. João Dib, creio que foi na semana passada, tentou explicar as razões por
que se fez um escalonamento dessas contas que estavam apenas num item, numa
rubrica, para falar uma linguagem de Orçamento. Então, Ver. João Dib, nós
precisamos discutir com seriedade a LDO e as mudanças do Plurianual. Eu apontei
aqui equívocos de procedimento legal, mas até agora todo o mundo ou finge ou se
cala propositadamente. Não é o que nós faremos. Nós queremos ajudar o
Município.
Ontem,
na reunião da Comissão de Finanças e Orçamento, nós levantamos a necessidade,
sim, de discutir a alíquota do ISS, por exemplo, acerca da passagem dos nossos
coletivos, que passaríamos a pagar 2%. Portanto, nós estaríamos em condições de
diminuir o equivalente a 0,5%, não sei quantos centavos isso representa no
preço da nossa passagem. Mas de que adianta discutirmos essa questão, se não
discutirmos, por exemplo, o fato de que a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, que cobra 85 centavos pela nossa carta, tem isenção para os
funcionários que circulam nos coletivos? Quem deveria pagar essa conta? A
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, não o cidadão comum, que precisa
ir ao encontro de um possível emprego. Então, nós temos que rediscutir essas
questões.
Ver.
João Dib, que é o único da base do Governo que presta atenção neste tema: por
que o Judiciário não paga as passagens dos seus funcionários, aqueles que usam
o coletivo? Eles têm dispensa de pagamento de passagem, sendo esse o órgão
público que mais verbas recebe. Como nós podemos aceitar que uma pessoa que
trabalha no Judiciário não receba pagamento para se deslocar, tendo o
Judiciário o orçamento que tem? E o seu “josé das couves”, que busca emprego
toda segunda de manhã, desesperadamente, numa empresa de locação de mão-de-obra
no Centro da Cidade, tem que pagar a passagem de ônibus. Por que, Ver. João
Dib?
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, curiosamente
os políticos é que têm dado essas isenções...
O SR. ADELI SELL: Alguns
políticos.
O
Sr. João Antonio Dib: Alguns políticos, V. Exª coloca
muito bem.
Eu gostaria de dizer que um dos males que temos é que há
muita gente dando o que não é seu, porque aquele que dá o que não é seu também
toma o que não é seu, e o que não é seu sempre é do povo. Não existe tarifa
gratuita, alguém paga por ela, e é a outra parte do povo.
Depois, curiosamente, existe uma coisa que se chama vale
transporte, e os trabalhadores do Brasil, na sua totalidade, o recebem,
inclusive os servidores públicos. Mas eles querem vale transporte, mais
benefícios e não-sei-o-quê e depois vendem os vales transportes. Mas eu também
quero dizer a V. Exª que a extinção do Programa de Apoio Administrativo se fez
para tornar a questão mais clara, porque os recursos que ali estavam foram
distribuídos em outros vinte programas.
O SR. ADELI SELL: Não tenho
nenhuma objeção; pelo contrário, eu apontei aqui, no ano passado, que isso aí
era uma chorumela, e que tínhamos que decidir exatamente no que vamos gastar.
O Sr. João Antonio Dib: Eu gosto das
colocações de V. Exª, até porque, na semana passada, V. Exª, com simplicidade,
disse que a alteração do Plano Plurianual deveria ser votada antes, e foi
discutida em cinco Sessões, e foi necessário que V. Exª dissesse isso para que
as coisas acalmassem. Mas hoje, dia do aniversário da Câmara Municipal, são 233
anos, estamos fazendo a sexta discussão, e não vai haver mais discussão neste
ano.
O SR. ADELI SELL: Provavelmente,
Ver. João Dib, vou ver se cabe - e já começo o diálogo franco e aberto aqui -
uma Emenda na LDO para o reaparelhamento da Secretaria Municipal de Indústria e
Comércio e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, na sua divisão de poluição
sonora, para que possamos fazer fiscalização na Cidade. Hoje temos apenas duas
excelentes funcionárias trabalhando na divisão de poluição sonora, a SMAM hoje
dispõe de dois carros locados, e isso é uma vergonha. Não se pode fazer a
fiscalização tendo apenas dois funcionários, e, na época em que fui Secretário,
muitas vezes me socorri daquela divisão da SMAM, fiz uma parceria com a SMIC.
Da mesma forma, Ver. Dib, temos que reaparelhar a
SMIC porque, aqui ao lado, temos o acampamento da Semana Farroupilha, e há um
cidadão vendendo cigarro paraguaio - isso é para o Ver. João Nedel - aqui na
esquina. Sim, cigarro paraguaio faz muito mais mal do que os outros cigarros,
apesar de que o fumo sempre faz mal, só que a gente faz toda uma discussão
aqui, uma alaúza em cima do tema e esquece de discutir a questão o resto do
ano.
Então, vou fazer uma Emenda propondo um
reaparelhamento nessas duas Secretarias, porque tenho visto a Cidade tomada de
ilegalidades, zoeira, “a torto e a direito”, e não há condições de fazer uma
melhor fiscalização sem a devida estrutura - os nossos Fiscais, os nossos
zelosos servidores, não são supermen; são pessoas de carne e osso que
recebem os seus salários e têm os seus problemas. Essa questão pode ser
colocada agora na LDO, e eu pretendo fazer isso para melhorar a vida do nosso
povo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Adeli Sell.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, estamos discutindo a
LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias - e o Plano Plurianual. Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, são matérias importantes, mas não são inéditas, não constituem
profundas diferenças do Município de Porto Alegre em relação a outros
Municípios. Como regra de Governos, são balizamentos e diretrizes de aplicação
do Orçamento nas forças do Orçamento, nas forças da capacidade de dispêndio do
Município, portanto trata-se da arrecadação, de todo o volume de recursos que o
Município tem e terá para cumprir sua despesa. Os Orçamentos públicos, quer do
Município, quer dos Estados, estão praticamente engessados; a capacidade de investimento é
extremamente pequena. De qualquer forma, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece aqui, a nosso juízo, prioridades de
alocação desses valores. Eu penso que a questão da aplicação dos recursos em
programas tem um aspecto extremamente positivo, que é a sua visibilidade, na
medida em que os programas são definidos, são devidamente compartimentalizados
no processo de aplicação. Então, esse é um aspecto altamente positivo.
Quanto à questão das emendas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. João Antonio Dib, se nós fizermos um
levantamento na Casa, vamos ver que este Vereador, em poucas oportunidades,
trouxe ao Orçamento Emendas mais de conteúdo corretivo em poucos aspectos,
porque nós temos a concepção de que é o Governo que governa o Orçamento. E o
Governo que governa com o Orçamento e que ganhou as eleições precisa, sim,
governar.
E
as funções da Casa são de fiscalização, de cooperação ao Governo e, em última
análise, de legislação. Mas, quando se trata dos Orçamentos, nós temos de
assegurar ao Governo que ele disponha de espaço e de decisão para colocar em
prática as suas políticas. Porque, do contrário, como muitas vezes se tenta, há
uma quantidade tal de Emendas que desvia as próprias finalidades e
implementações de políticas que o Governo quer colocar em prática. Então, eu
acho que a economicidade em matéria de emendas deveria ser a máxima entre os
Srs. Vereadores, porque, do contrário, estaremos substituindo o Governo.
Então,
as emendas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, devem ser muito bem avaliadas,
muito bem examinadas, para que a Câmara Municipal, que tem a sua competência
estabelecida, não interfira nas políticas traçadas pelo Governo, caso contrário
nós estaremos substituindo o Governo nas suas políticas de alocação de recursos
públicos. Não significa dizer que não podemos fazer emendas, mas elas devem se
pautar, a meu juízo, e invoco a minha atuação na Casa nesse sentido, por uma
questão de concepção... Tenho dito que sento na máquina e, numa manhã, posso
produzir dez Projetos de Lei. Sento na máquina, numa manhã, e posso fazer vinte
emendas ao Orçamento.
Eu
acho que deve haver cautela na condução de matérias dessa importância, são
matérias nas quais o Governo que ganhou as eleições foca a sua política, elas
devem merecer, eticamente da Casa, não abstinência, mas uma certa compreensão,
para que o Governo possa colocar em prática as suas políticas.
Agora,
a Casa, Ver. João Dib, teria grandes ganhos se atuasse, exatamente, na execução
orçamentária, na fiscalização orçamentária. Aí, a Casa, que tem esse papel
constitucional, cresceria em reputação. Agora, começar a jogar emendas daqui
para lá, de lá para cá, eu acho que compromete profundamente o processo
legislativo.
Conforme
a lei, há toda uma ordem que o Governo prioriza, prioridades que têm assento no
Orçamento Participativo, e o próprio art. 2º estabelece. Na ordem, a habitação
é uma prioridade, porque Porto Alegre, nesses últimos anos, esteve de costas
para, exatamente, uma política habitacional. Nunca se construiu tão pouco, do
ponto de vista habitacional, para as camadas pobres, como nesses últimos anos.
Que fique claro: nessa última década, nunca se construiu tão pouco em matéria
de habitação! Os dados estão aí para corroborarem essa afirmativa.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a questão da habitação é priorizada,
evidentemente, diante da fragilidade. A Lei de Diretrizes Orçamentárias dá os
fachos de luz, os focos, dentro dos quais se deverá fazer a aplicação ou se
realizar o Orçamento. A LDO não aumenta, nem diminuiu; a LDO mostra
prioridades, estabelece balizamentos, essa é a função da Lei de Diretrizes
Orçamentárias. E, uma vez estabelecida, ela deverá ser cumprida.
A
educação já está estabelecida por preceitos constitucionais, parece-me um tanto
aleatório - vejam, colocando assim -, mas ela tem um preceito constitucional,
ela tem um percentual, e esse percentual, dependendo dos investimentos, pode
alterar a prioridade referida na lei. Como já está estabelecido na
Constituição o mínimo que deve gastar o Município, ela pode, de repente,
alterar essa ordem. E as demais questões, como o desenvolvimento, saneamento,
enfim, são todas questões do cotidiano, das necessidades da população.
Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Apregôo a
Emenda nº 01 ao PLE nº 031/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que altera
a redação do art. 9º, I (Lê.): “a) no máximo 4,5% do total da despesa
autorizada”.
Apregôo a Emenda Popular nº 02 ao PLE nº 031/06
(Lê.): “Programa: Câmara Municipal de Porto Alegre. Redação proposta: Ação -
transformação das seis salas das Comissões Permanentes em três salas de
reuniões, ampliadas e reformadas, e disponibilização de seis salas menores para
as secretarias das Comissões Permanentes; Produto - salas de reuniões ampliadas
e reformadas e salas de secretaria de Comissões; Unidade de Medida - salas de
reunião e de secretaria, Meta/2007 - três salas de reuniões e seis salas de
secretaria”.
Apregôo Emenda Popular nº 03 ao PLE nº 031/06, de
autoria do Ver. João Antonio Dib (Lê.): “Programa: Câmara Municipal de Porto
Alegre. Redação proposta: Ação - recuperação dos Anais da Câmara Municipal de
Porto Alegre; Produto - recuperação de Anais; Unidade de Medida - meses de
Anais recuperados; Meta - 24 meses de Anais”.
Apregôo a Emenda Popular nº 04 ao PLE nº 031/06
(Lê.): “Programa: Câmara Municipal de Porto Alegre. Redação proposta: Ação -
Convênio com a UFRGS/Faculdade de Biblioteconomia e Documentação para
catalogação e inserção de dados bibliográficos e legais em sistema
informatizado, mediante bolsas para estudantes de Biblioteconomia; Produto -
dados bibliográficos e dados legais informatizados; Unidade de Medida -
percentual; Meta/2007 - 100”.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
escutando o último orador que veio à tribuna, eu fiquei pensando: “Nada como um
dia após o outro”.
Nós
tivemos na Legislatura passada, Ver. João Antonio Dib, por Vereadores desta
Casa, apresentações de Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias e ao Orçamento
da Cidade, na gestão anterior foram mais de trezentas Emendas à Lei de
Diretrizes Orçamentárias. Foi um processo contínuo, todos os anos, nos quatro
anos em que estive como Vereadora, em primeiro mandato nesta Casa,
reiteradamente se fazia um esforço, sobretudo na Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento, para condensar essas Emendas, para podermos, de fato,
absorvê-las, aquelas mais necessárias, as mais urgentes, inclusive diminuindo o
número de Emendas.
Hoje
o discurso é outro. Hoje se faz um apelo para que os Vereadores respeitem a
Peça Orçamentária vinda do Executivo, para que procurem, inclusive, se submeter
à ordem dada pelo Executivo no sentido de não proporem emendas à Lei de
Diretrizes Orçamentárias, porque seriam apenas diretrizes, não haveria o que
emendar. Nada como um dia após o outro nesta Casa. E aí eu quero, sim, discutir
a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, no direito de Vereador, emendar aquilo que
eu achar interessante.
O
Sr. Elói Guimarães: V.
Exª permite um aparte?
A
SRA. MARIA CELESTE: Com
muita honra, Vereador.
O
Sr. Elói Guimarães: Verª
Maria Celeste, ouço V. Exª, que aludiu o Vereador anterior; V. Exª não me
inclua no rol desses emendadores. Nós podemos ir aos Anais.
A
SRA. MARIA CELESTE: Podemos
ver quais foram exatamente.
O
Sr. Elói Guimarães: E eu
posso lhe provar, porque tenho por concepção...
A
SRA. MARIA CELESTE: Aliás,
Vereador, lembro que um Vereador desta Casa apresentou mais de sessenta Emendas
à Lei de Diretrizes Orçamentárias no último período da gestão anterior.
O
Sr. Elói Guimarães: Eu
falo por mim.
A
SRA. MARIA CELESTE: Com
certeza. Mas é bom que a gente ouça o discurso de V. Exª e dos demais
Vereadores, no sentido de que os Vereadores tomem cuidado - eu acho que a sua
posição nesse sentido é correta - na elaboração das emendas necessárias, que
não façam aquilo que se fazia no passado aqui, numa forma, digamos assim, até
mesmo irresponsável. Esse cuidado nós temos que ter.
Agora,
é prerrogativa do Vereador, sim, fazer emendas, sobretudo aquelas que
entendemos necessárias. Quando verificamos que a Lei de Diretrizes
Orçamentárias apresentada, por exemplo, no Conselho do Orçamento Participativo
e discutida com os Conselheiros era uma, e a que foi trazida e entregue nesta
Casa é outra, os Vereadores têm que se dar conta de qual é a discussão real que
está se dando na Cidade e do que é necessário, de fato, propor como emendas.
Vamos
falar de habitação, e o art. 2º fala que o Conselho do Orçamento Participativo
elencou, prioritariamente, como primeira ação do Executivo Municipal, a questão
habitacional. E aí nós vamos lá olhar nas metas e prioridades, no Programa
Porto da Inclusão: “Projetos habitacionais; Produto - unidades habitacionais
produzidas; Meta para 2007 - 601”. Se
habitação é prioridade na cidade de Porto Alegre, se foi tirado como demanda,
se o Governo referenda aqui que é prioridade, como diz o art. 2º - embora no
art. 4º haja uma contradição -, se o Governo diz que vai priorizar os programas
e as ações, a meta para 2007 não me parece ser coerente. Se é prioridade, mas
remete 601 unidades para o ano que vem, então não me parece, Ver. Elói, que a
habitação seja prioridade. Está havendo um contraponto daquilo que foi
demandado pelo Orçamento, daquilo que foi discutido como prioritário para a
cidade de Porto Alegre e daquilo que vem sendo apresentado, inclusive nos
programas.
E
essa Emenda, a nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores - o Ver.
Comassetto já está a elaborando - vai apresentar. Não é possível que se diga
que é prioritária a habitação na cidade de Porto Alegre com a construção de
apenas 601 unidades habitacionais. Até porque nós estamos preocupados, existem
reassentamentos necessários para se fazer na Cidade. Nós tivemos uma longa
discussão na questão da transferência da Vila Dique, Vila Nazaré, inclusive a
nossa Comissão e a CUTHAB, da qual V. Exª é Presidente... Onde está o número
das famílias que estarão nesse programa contemplado? Ou não é esse o número?
Que número é esse? Nós vamos precisar ver mais adiante no Orçamento, esmiuçado,
como V. Exª também colocou no seu discurso, de fato onde estarão colocadas
essas unidades habitacionais.
Uma
outra questão em relação às unidades habitacionais: nós tivemos uma audiência
nesta Casa, na CEDECONDH também, a respeito dos moradores de rua e fomos
informados de que o Governo havia priorizado a construção de mais 25 casas para
os moradores de rua da cidade de Porto Alegre. Onde está incluído esse número?
Onde está? Porque nós não conseguimos decodificar através do Programa. Pode ser
que esteja incluído nesses seiscentos; agora, eu acho muito pouco seiscentas
unidades habitacionais como meta para 2007, com tantas demandas colocadas pelo
Orçamento através das nossas regiões.
Mas
eu queria me reportar às Emendas que vou apresentar logo a seguir também,
Emendas importantes no que diz respeito a algumas questões conceituais, a
outras justificativas e acertos de metas. Por exemplo, no Programa Lugar da
Criança é na Família e na Escola, existe uma parte que diz: “atender a demanda
através de medidas judiciais”. Nós tivemos toda uma discussão na Comissão
Especial que avaliou a questão do Conselho Tutelar aqui na nossa Casa - e estaremos
encerrando e apresentando um relatório na próxima semana -, e vimos a grande
dificuldade que os Conselheiros Tutelares têm em relação ao atendimento das
demandas; e aí nós estamos fazendo uma Emenda incluindo a questão da demanda
não ser atendida apenas através de demanda judicial, mas também com iniciativa
do Conselho Tutelar.
Uma
outra questão no Programa Lugar da Criança é na Família e na Escola: a unidade
de medida são pessoas, e a meta para 2007 é de seis mil, então estamos
alterando para oito mil. Também é uma proposta trazida pelos Conselheiros
Tutelares para que possam estar dando a retaguarda desse atendimento.
No mesmo Programa Lugar da Criança é na Família e na
Escola, em relação a crianças e adolescentes, a meta para 2007 é de cem, e estamos
alterando o número para duzentos, uma vez que há a necessidade colocada do
Conselho Tutelar de melhoria no atendimento.
Então,
são essas três Emendas que nós estamos apresentando neste
momento, porque entendemos, de toda a discussão que fizemos junto à Comissão de
Direitos Humanos, junto à Comissão Especial do Conselho Tutelar, presidida pelo
Ver. Professor Garcia, da necessidade de que haja metas mais ousadas, ou, pelo
menos, metas que de fato possam contribuir para a melhoria do atendimento, sobretudo
na área da Assistência Social, na área da Educação e na área da Habitação, que
foram as três prioridades elencadas pelo Orçamento Participativo na cidade de
Porto Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Verª
Maria Celeste.
Apregôo a Emenda n° 05, de autoria do Ver.
Professor Garcia, ao PLE n° 031/06 (Lê.): “Programa: Bem-Me-Quer. Redação
proposta: Produto - Central de Doações; Ação - Programa Disque-Solidariedade;
Unidade de Medida - Percentual; Meta/ 2007 -25”.
Apregôo a Emenda n° 06, de autoria do Ver.
Professor Garcia, ao PLE n° 031/06. “Programa: Cidade Acessível. Redação
proposta: Produto - Espaços para estacionamentos rotativos; Ação -
estacionamento rotativo em frente a clínicas de fisioterapia; Unidade de Medida
- Percentual; Meta/2007 - 25“.
Apregôo a Emenda n° 07, de autoria do Ver.
Professor Garcia, ao PLE n° 031/06. “Programa: Cidade Integrada. Redação
proposta: Produto - Implantação do Museu; Ação - Museu do Desporto; Unidade de
Medida - Percentual; Meta/2007 - 25”.
Apregôo a Emenda n° 08, de autoria do Ver.
Professor Garcia, ao PLE n° 031/06. “Programa: Cidade Integrada. Redação
proposta: Produto - Estádio Ramiro Souto; Ação - Recuperação do Estádio
Municipal Ramiro Souto; Unidade de Medida - Percentual; Meta/2007 - 25”.
Apregôo a Emenda n° 09, de autoria do Ver.
Professor Garcia, ao PLE n° 031/06. “Programa: Gestão Total. Redação proposta:
Produto - Servidores atendidos; Ação - Programa Municipal de Saúde Vocal;
Unidade de Medida - Percentual; Meta/2007 - 25”.
O Ver. João Bosco Vaz solicita Licença para Tratar
de Interesses Particulares no dia de hoje. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Alex da
Banca, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação, a CUTHAB. Seja muito bem-vindo mais uma vez, Ver. Alex da Banca.
Solicito que o Ver. Claudio Sebenelo assuma a
presidência dos trabalhos para que eu possa discutir a Pauta Especial, na qual
estou inscrito.
(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Claudio Sebenelo, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu vou aqui discordar de alguns colegas e
concordar com outros em relação às discussões que têm sido feitas nesta Pauta
Especial para o Projeto da Lei das Diretrizes Orçamentárias.
Eu
acredito, Verª Maria Celeste - V. Exª agora não pode me ouvir, mas eu ouvi bem
a sua intervenção aqui da tribuna -, que o problema maior não é o número de
emendas apresentadas, o problema maior - e nós devemos corrigi-lo, é uma
obrigação nossa, e eu fui Relator numa das fases do Projeto Orçamentário no ano
passado - é que as emendas devem obedecer exatamente àquilo que o Projeto, que
aquela fase de programação orçamentária quer. Por isso temos, Ver. Comassetto,
de nos ater muito àquilo que diz a Constituição, que nos dá as linhas mestras
para que possamos fazer a discussão e a votação desses Projetos.
Então, o que é possível,
por exemplo, na fase do Plurianual? Está lá no art. 165 da Constituição, § 1º
(Lê.): “A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada”. Vejam, essa fase, que é a do
Plurianual, é a fase de criarmos os programas, é nessa fase que são criados os
programas. Por isso, Ver. Comassetto, eu concordo só com uma afirmação que V.
Exª fez, acredito que essas alterações que estão sendo feitas no Plurianual
deveriam ter sido mandadas antes, para que pudéssemos fazer um estudo sobre
todas elas. E aí, agora, na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias,
poderíamos realmente dizer: “Olha, em relação à Lei de Diretrizes
Orçamentárias, com base naquilo que já foi votado no Plurianual, devemos
proceder dessa ou daquela forma”. Eu acho que essa mania de se mandar a
alteração do Plurianual junto com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, Ver. João
Dib - muito embora sejam alterações simples, mesmo assim -, é um erro que faz o
Administrador, acho que ele não deveria proceder assim.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, eu acho
que nós cometemos um equívoco com a alteração da Lei do Plano Plurianual. Essa
lei deveria tramitar normalmente, sem que fossem necessárias seis Sessões de
Pauta consecutivas, como uma lei comum alterando uma lei que já foi discutida
em seis Sessões de Pauta com um rito especial. Eu acho que nós cometemos um
erro. Não quero culpar ninguém, mas creio que não seria necessário todo esse
ritual que nós fizemos agora. De qualquer forma, ela será votada imediatamente,
porque não tem que alterar coisa nenhuma.
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas, veja
bem, quem está analisando agora a Lei de Diretrizes Orçamentárias tem de
analisar as alterações que são feitas no Plurianual. Então, eu acredito que, de
qualquer forma, complica, torna mais complexa a análise, eu acho que não
precisaria ser assim. Isso podia ter sido alterado anteriormente, para que pudéssemos
agora, sim, trabalhar a Lei das Diretrizes Orçamentárias. É claro que nós
sabemos que pode ser assim, só que não deveria ser assim. Acredito que nos dá
mais trabalho, e eu não sei se vai sair tão perfeito lá no final.
O
Sr. Carlos Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. Luiz Braz,
temos acordo com sua fala. Há um outro prejuízo para nós, porque são incluídas
as alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias como se já estivessem
aprovadas no Plano Plurianual, e elas ainda não foram alteradas. Essa é a
questão que debatíamos na Sessão passada; isso nos remete a uma questão de
inconstitucionalidade, sob o nosso ponto de vista. Obrigado.
O
SR. LUIZ BRAZ: Vossa
Excelência está correto quando diz que não deveria ser assim. Agora,
infelizmente, quando a gente lê a Constituição, não temos indicado um momento
para se fazer essas alterações, diz que se pode fazê-las ao longo do tempo.
Então, acontece que eu posso, por exemplo, já que não existe nenhuma proibição
constitucional - não é o melhor, eu acho que é o pior inclusive -, mandar junto
com as Diretrizes Orçamentárias, como foi feito agora, alterações lá nos
programas do Plurianual. Não deveria ser assim, Ver. Comassetto, eu deploro,
porque acho que essas coisas estão sendo feitas de maneira equivocada.
O
Sr. Carlos Comassetto: Se
na Constituição existe essa possibilidade, também existe o que nós chamamos de
doutrina das leis orçamentárias, em que uma é subseqüente a outra, portanto
essa doutrina deveria estar sendo seguida. Muito obrigado.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Comassetto, é o que nós vamos fazer. É claro que vamos primeiramente analisar
as alterações do Plurianual para depois votarmos a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, só que não precisaria ser nesse atropelo que vamos fazer agora,
porque é no prazo que nós temos para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias
que vamos ter que fazer também as alterações do Plurianual.
Mas
eu estava dizendo antes aqui, Ver. Comassetto, que uma das coisas que nós temos
que cuidar é que, nesta fase de análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias,
podem ter certeza, virá algum projeto querendo criar programas. E não está na
hora de criar programas. Daqui a um pouquinho, várias Emendas que foram feitas
no ano passado, eu tenho certeza absoluta, vão voltar este ano. E, agora, na
Lei de Diretrizes Orçamentárias, já há alguém querendo destinar valores
orçamentários. Ora, esses valores, no Orçamento, só podem ser enviados para
Casa quando estivermos apreciando aqui, lá no mês de novembro, a Lei do Orçamento;
antes disso, nós estamos apenas criando as condições, criando os fundamentos,
dando as diretrizes, a partir das quais nós vamos poder votar esses valores
orçamentários. Valores que vão ser mandados depois, na Lei Orçamentária que vem
para a Casa em novembro.
Então,
se nós nos ativermos realmente às fases desse planejamento orçamentário, com
certeza absoluta não vamos enfrentar aquela barbaridade que tivemos aqui há
alguns anos, em que duzentas, trezentas Emendas deram entrada para fazer
alteração no Projeto, e a gente viu que, dessas duzentas, trezentas Emendas, a
grande maioria era Emendas absolutamente inconstitucionais, porque não diziam
respeito àquela fase do planejamento orçamentário.
Uma
coisa que eu achei muito boa dentro das Diretrizes Orçamentárias, e acho que
merece, Vereadores Comassetto e Sebenelo, aplausos de todos nós aqui da Câmara
Municipal, é que já foi decidido - e isto eu acho que é uma inovação também - o
mínimo de investimento que nós vamos ter durante o ano de 2007. Calculou-se que
vamos ter 10%, no mínimo, de investimento em obras no ano de 2007. Eu acho que
isso é um avanço, porque, através disso, podemos fazer uma fiscalização melhor
com relação a esses investimentos da Prefeitura Municipal. Nós não tínhamos um
parâmetro, o mínimo é 10%, mas pode ser 12%, 13%, 14%, 15%.
O
Ver. Elói Guimarães disse que, nas prioridades que são elencadas aqui pelo
Orçamento Participativo... Eu não sou muito ligado, Ver. Elói Guimarães, ao
Orçamento Participativo, mas acredito que colocar a Educação em primeiro lugar
estaria certo em qualquer lugar do mundo, muito embora eu saiba que há
percentuais que já são estabelecidos pela Lei Orgânica do Município e também
pela Constituição Federal. Mas, mesmo assim, mesmo com esses percentuais já elencados,
acho que, sempre que nós vamos votar as Diretrizes Orçamentárias, não é uma
demasia colocar a Educação em primeiro lugar. Se vamos gastar em Educação 10%,
ou 15%, ou 20%, ou 30%, o mais que pudermos gastar em Educação, será melhor,
porque nunca é demais.
O
Sr. Elói Guimarães: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acompanho a análise que V.
Exª brilhantemente está fazendo. Quando eu falava que a Habitação e Educação
têm assento no Orçamento Participativo, eu dizia - e reafirmo - que esse é um
elemento aleatório, na medida em que a Educação está, por assim dizer,
engessada institucionalmente, constitucionalmente. Então, dificilmente nós
teremos o percentual, veja V. Exª, que é de 25% para a Educação a título de
Habitação. É mera disposição que não segue a força orçamentária.
O
SR. LUIZ BRAZ: Veja bem,
Ver. Elói Guimarães, nós estamos engessados com relação à diminuição desses
valores. Nós não estamos engessados... Porque em nenhum momento os dispositivos
constitucionais nos impedem ou impedem o Administrador de levantar esses
valores. Não impedem.
O
Sr. Elói Guimarães: Não
impedem, perfeito.
O
SR. LUIZ BRAZ: Então eu
penso que, quando se colocam essas prioridades, se diz o seguinte: além daquilo
que constitucionalmente já está destinado, nós deveremos ter como prioridade,
para que haja mais investimentos ainda nesses setores. Acredito que, realmente,
qualquer administrador estaria certo se indicasse a Educação como prioridade.
O
Sr. Elói Guimarães:
Concordo com V. Exª nesse sentido.
O
SR. LUIZ BRAZ: Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A
Mesa apregoa a Emenda nº 10 ao PLE nº 031/06, com a justificativa (Lê.):
“Manter a proposta aprovada no PPA 2006-2009. Além disto, a unidade de medida
não corresponde ao produto, pois família é composta por mais de uma pessoa. Ou
o produto se refere às crianças ou às famílias, para haver compatibilidade na
unidade de medida”. Projeto Lei Diretrizes Orçamentárias, Emenda nº 10,
assinada pela Verª Maria Celeste.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
(O
Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero dar continuidade ao debate sobre o Plano
Plurianual e a LDO, Verª Neuza Canabarro.
Primeiro, na Sessão passada, afirmávamos aqui que o método
como o Executivo está conduzindo o encaminhamento desses Projetos à Câmara é
equivocado, e que fere a Constituição. Naquele momento, o Ver. Sebenelo contestou,
mas hoje me sinto gratificado, porque o seu colega Ver. Luiz Braz traz a
análise jurídica e aponta a dificuldade que temos em analisar o Plano
Plurianual ou mudar o Plurianual conjuntamente com a LDO.
Com essa base, com essa relação doutrinária, trago alguns
questionamentos. Como o Legislativo analisará simultaneamente os dois
Projetos, quando um é orientador do outro? Plano Plurianual e LDO. E aí, Ver.
Luiz Braz, se V. Exª verificar aqui na Casa, verá que a LDO deu entrada antes
do Plano Plurianual, pela ordem cronológica. É um equívoco administrativo. Sim,
Ver. Dib, estamos discutindo aqui uma doutrina da Legislação. E continuo: se não for aprovado o Projeto que altera o Plano
Plurianual, como fica o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias apresentado
aqui? Eu creio que o Executivo não pode dar por questão passiva que já está
aprovado o Plano Plurianual tal qual ele mandou. Então, sob a ótica deste
Vereador, de oposição, que vem aqui sempre fazer um debate sério, isso é uma
desconsideração sob o ponto de vista da legalidade dos Poderes do Executivo e
do Legislativo.
A segunda questão que trazemos: para que serve um
Plano Plurianual? O Ver. Luiz Braz já trouxe a Constituição, trouxe aqui o seu
enquadramento. Bom, lendo atentamente o Projeto, percebemos que, de acordo com
o art. 1º, as alterações introduzidas terão vigência a partir de 2007. E, pelo art. 2º, exclui-se o Programa de
Apoio Administrativo do PPA, do Plano Plurianual, que é constituído de previsões
de despesas correntes e de capital para quatro anos: 2006, 2007, 2008 e 2009.
Assim, surgem novos questionamentos, quando cotejamos esses dois artigos. Como
podemos excluir o Programa de Apoio Administrativo em pleno exercício de 2006,
se ele está em vigência? Se aprovarmos o Plano Plurianual agora, excluindo o
Programa de Apoio Administrativo, nós estaremos contrariando algo que aprovamos
no ano passado, que tem vigência, inclusive com Orçamento, até o final de 2006.
Não nos esquecemos de que fica excluído, pelo art. 2º, o Programa de Apoio Administrativo,
mas o art. 1º define que as alterações surgirão a partir de 2007. Assim, como
fica, juridicamente, o Programa de Apoio Administrativo relativo a 2006? Não
encontrei resposta de nenhum colega Vereador ou Vereadora.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Comassetto, sempre que
V. Exª discute o faz com muita seriedade, eu sou testemunha disso. Mas até com
certas preocupações como esta: quem entrou primeiro? Quem nasceu primeiro: o
ovo ou a galinha? Os dois entraram na mesma hora, mas, na hora de protocolar,
há uma diferença, um é o Processo nº 4.348, e o outro é o Processo nº 4.349.
Eles poderiam ter sido trocados, mas isso não vai fazer diferença nenhuma.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Poderiam, não;
deveriam.
O Sr. João Antonio Dib: Agora, nós
não faremos a votação da LDO sem antes aprovarmos ou não a alteração do Plano
Plurianual, e nós, no ano passado, autorizamos
que ele fosse alterado por lei; é o que está acontecendo. Em segundo lugar: este
ano, o Orçamento foi feito com esse Programa incluído; agora, no próximo ano, a
Prefeitura está tirando o programa financeiro e repassando os valores para os
outros vinte, não está alterando nada, não mudou valores, não mudou nada...
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Em relação a essa distribuição, Ver. João Dib, de 7 milhões e 881 mil, teria
que ser dito para onde esse valor está indo, demonstrando-nos, mas não estão
demonstrando isso para nós. Se são sete milhões que nós aprovamos, para onde
eles estão indo?
O
Sr. João Antonio Dib:
Estão distribuídos nos vinte programas. Antes estava tudo num programa só,
agora são vinte programas recebendo os dois milhões e pouco, que é o Orçamento
do ano...
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Eu, como Legislador, não posso aceitar essa premissa que V. Exª traz; porque,
se ele é um valor já pré-determinado, ele não é um valor do novo Orçamento. Nós
estamos extinguindo esse programa, e tem que ser dito para onde o recurso está
indo, especificado, e não está sendo especificado.
O
Sr. João Antonio Dib:
Ver. Comassetto, esses valores aí colocados poderiam não estar sendo colocados,
porque no Orçamento a gente orça a receita e fixa a despesa, então essa é uma
idéia de valor. Agora, esse mesmo valor está presente, não desapareceram dois bilhões
a cada ano, eles estão sendo agora distribuídos - são 21 os programas que nós
aprovamos. O Executivo está cancelando um programa que concentrava recursos, e
está distribuindo os recursos entre os outros vinte programas; os valores eram
usados para pagamento de pessoal, para manutenção da máquina, então está tudo
dividido.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Agradeço ao Ver. João Dib, senão não vou conseguir concluir, já que hoje é o
último dia.
Eu
deixo cinco perguntas aqui. Primeira: o princípio da hierarquia das leis não
foi desconsiderado nesse ato? Do meu ponto de vista, foi. Segunda: como ficará,
juridicamente, a Lei Orçamentária de 2006, que está em execução, quando
excluído do PPA, do Plano Plurianual, o Programa de Apoio Administrativo
relativo ao ano de 2006? Terceira: se extinto o Programa de Apoio
Administrativo, como serão alocados os seus recursos? Quarta: qual a previsão
de despesas correntes e de capital para as novas ações? Quinta: em 2007 teremos
novamente uma alteração no Plano Plurianual? Será novamente em conjunto ou
concomitantemente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias?
Além
disso, eu quero entrar num ponto aqui mais específico, o das renúncias fiscais.
Volto a dizer aqui que há uma diminuição do ISSQN para o transporte coletivo de
2,5% para 2%, e nós queremos saber para onde vai esse recurso. No plenário
estão as funcionárias públicas da Educação, com um Projeto que tramita aqui,
buscando subsídio para suas passagens escolares. Podemos discutir nesse bojo ou
não? Não aparece aqui.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sinto
muito, Ver. João Dib, eu tenho mais uma questão para trazer aqui. Se possível,
no final lhe dou um aparte.
Sobre
a questão habitacional, o que diz, Ver. Elói Guimarães, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias? Traz aqui a prioridade. E a prioridade número 1 é Habitação. E
aí eu quero discordar de V. Exª, Ver. Elói Guimarães, que afirmou que nos
últimos anos não foi dada a atenção necessária à Habitação. Eu concordo com V.
Exª em parte, mas primeiro quero fazer uma afirmação: nos 16 anos da
Administração Popular se construíram, em média, mil unidades habitacionais/ano,
num momento em que nós não tínhamos um programa de Governo Federal que alocasse
recurso para os Municípios, coisa que não acontece agora. Pela primeira vez na
história há muito dinheiro para os Municípios usarem em Habitação. Para o
próximo ano, V. Exª sabe, há 19,2 bilhões de reais.
E
aí o que apresenta aqui, no Plano Plurianual, o Município de Porto Alegre, na
página 13, no Porto da Inclusão? (Lê.) “Projetos habitacionais - unidades
habitacionais produzidas para 2007: 601.” No mínimo 40% menos do que nós
produzimos, em média, nos 16 anos. Portanto, V. Exª tem razão quando diz que a
Habitação não está sendo levada como prioridade. Neste momento, há muito
recurso do Governo Federal para que o Município pegue. Mas nós temos que propor
aqui, no mínimo, três vezes mais do que as 600 unidades habitacionais para o
ano todo. Onde é que estão a Vila Dique, a Nazaré, a Vila Amazonas? Só nessas
três que eu citei são três mil unidades habitacionais, que já têm dinheiro
inclusive do Governo Federal em caixa para serem executadas. Tem que aparecer
aqui como meta. Não aparece. Será que ficaremos mais um ano, com mais ou menos
200 ou 300 ações de despejo, ou com 350 vilas irregulares, em média, batendo
aqui à nossa porta? E nós tendo que fazer pára-choque, dizendo que há recurso
do Governo Federal, mas que a Lei Municipal não propõe? Não, nós temos que
mudar isso. Esse Projeto, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, é insuficiente.
Não representa uma política que o Município merece para o setor habitacional.
Portanto,
na página 13: “Porto da Inclusão: projetos habitacionais - unidades habitacionais
produzidas: 601.” Fica no mínimo 40% a menos do que a média que a Administração
Popular construiu nos 16 anos, que foi em torno de 16 mil habitações populares.
Muito pouco. E nós não tínhamos um Governo Federal com projeto e recurso, agora
temos um programa de Governo Federal com projetos e recursos, portanto temos
que discutir com o Executivo e mostrar que essa meta não leva a lugar nenhum no
sentido de resolvermos os problemas da habitação popular. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Comassetto.
Anuncio mais Emendas ao Projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2007.
Emenda nº 11 ao PLE nº 031/06 (Lê.): “Programa:
Lugar de Criança é na Família e na Escola. Redação proposta: meta/2007 - 8
mil”.
Emenda nº 12 ao PLE nº 031/06 (Lê.): “Art. 7º.
Redação proposta: Inclui o Capítulo III e o art. 7º, renumerando-se os demais:
‘Capítulo III, do Poder Legislativo: Art. 7º - O Orçamento do Poder Legislativo
ficará restrito a 5% do somatório da receita tributária e das transferências
previstas no § 5º do art. 153 e nos artigos 158 e 159 da Constituição da
República Federativa do Brasil, efetivamente realizada no exercício anterior,
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos.
Parágrafo único: O Poder Executivo deverá, sempre que solicitado pelo Poder
Legislativo, estabelecer condições de suplementar o Orçamento originalmente
aprovado até o limite referido no caput.’” Vários Vereadores assinaram a
Emenda.
Emenda nº 13 ao PLE nº 031/06 (Lê.): “Programa:
Cidade Integrada. Redação proposta: Ação - ampliação da identificação de
logradouros; Produto - Placas denominativas; Unidade de medida - unidade; Meta
p/2007 - 10 mil”. De autoria do Ver. João Antonio Dib.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. Encerrada a Pauta Especial.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05
minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
N. 2615/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 011/06, de autoria dos Vereadores Sebastião Melo
e Maristela Maffei, que dispõe sobre a alteração dos regimes urbanísticos
fixados no anexo 1.2 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e
alterações posteriores (PDDUA), para a Subunidade (SU) 1 da Unidade de
Estruturação Urbana (UEU) 146 da Macrozona (MZ) 3 e SU 1 da UEU 012 da MZ 4, e
dá outras providências.
PROC.
N. 4042/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 176/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que inclui §§ 1º e 2º
no art. 1º da Lei nº 5.090, de 8 de janeiro de 1982, alterada pela Lei
Complementar nº 364, de 28 de dezembro de 1995, que dispõe sobre a utilização e
exploração de publicidade em veículos de aluguel providos de taxímetro, encarregando
o órgão competente do Executivo Municipal de manter cadastro dos sindicatos,
associações e cooperativas representantes da categoria dos taxistas e a estes
de expedir autorização de publicidade.
2ª SESSÃO
PROC.
N. 4142/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 183/06, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor José Carlos de
Moura.
PROC.
N. 4199/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 185/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua Joel Gentil da Luz o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua
“D” - Vila Monte Cristo, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N. 4271/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 186/06, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
institui, no Município de Porto Alegre,
a “Semana do Mutirão de Natal”, a ser realizada, anualmente, na segunda semana
que antecede o Natal, com a finalidade de arrecadar alimentos, roupas e
brinquedos para doação a pessoas carentes, e estabelece a adesão como forma de
participação e organização do evento.
PROC.
N. 4285/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 187/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
declara de utilidade pública a entidade denominada Devoção de Nossa Senhora dos
Navegantes.
PROC.
N. 4360/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 033/06, que altera a denominação do bairro
“Centro” para “Centro Histórico”, mantendo os limites instituídos pela Lei n.
4685, de 21 de dezembro de 1979.
3ª SESSÃO
PROC.
N. 3602/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 158/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
estabelece o dia 10 de julho de cada ano como o dia de estímulo à esterilização
responsável de animais domésticos.
PROC.
N. 3603/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 159/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que altera a redação
do § 1º do art. 1º da Lei n. 7.497, de 21 de setembro de 1994, que estabelece
penalidades aos estabelecimentos comerciais que venderem ou servirem bebidas
alcoólicas a crianças ou adolescentes menores de idade, revertendo 50% do valor
da multa em benefício do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente e 50% em benefício da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga.
PROC.
N. 4331/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 007/06, que institui o Conselho Municipal da
Juventude e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, no dia em
que a Câmara completa 233 anos, nós temos em 1ª Sessão de Pauta dois novos Projetos de Lei;
em 2ª Sessão de Pauta, cinco Projetos e, em 3ª Sessão, três. De repente, nós
não precisamos de algumas leis que estão sendo propostas aí, mas vamos fazendo
leis e mais leis.
O Ver. Sebastião Melo e a Verª Maristela Maffei
estão propondo uma alteração no Plano Diretor. Honestamente, eu não sei se cabe
aqui. Até há algum tempo, o Plenário não decidia sem que antes passasse por uma
Comissão - que funcionava aqui - de Vereadores que analisava as propostas do
Plano Diretor.
Mas o que eu acho importante é que o Executivo já
deveria ter mandado uma proposta de alteração do Plano Diretor, já passou o
momento, previsto em lei, da avaliação e da revisão do Plano Diretor. Então nós
temos que cobrar!
O Ver. João Bosco Vaz faz uma extensa explicação
aqui para discutir o problema de publicidade nos veículos. Se a Comissão de
Justiça se ativesse à competência privativa da Câmara Municipal, que é
fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, que também está
explicitado como atribuição das Comissões, esse Decreto que o Prefeito João
Verle assinou não estaria obrigando agora o Vereador a fazer um Projeto de Lei.
Não haveria necessidade de fazer um Projeto de Lei, porque o Prefeito
extrapolou a lei quando fez o Decreto. Ele colocou algo que não tinha
autorização para fazer. E aí eu acho que a Comissão de Justiça deveria dizer:
“Esse Decreto não pode incluir aí os sindicatos que não estão expressos em lei
nenhuma”. O Prefeito não teve dúvidas, colocou, e aí complicou a vida dos
taxistas, que não têm outro caminho senão fazer um projeto de lei, porque eles
não conhecem. A Comissão de Justiça poderia dizer: “Esse item do Decreto excede
qualquer citação na lei”.
No art. 3º do Decreto, o Prefeito diz que o
permissionário deverá encaminhar a solicitação para veicular anúncio
publicitário ao Secretário Municipal de Transportes, devendo estar acompanhado
de três condições. Eu não tenho nenhuma restrição às duas primeiras, mas na
terceira o Prefeito João Verle coloca: “III - autorização expedida por seu
sindicato”. Pelo amor de Deus! O que o sindicato
tem a ver com o taxista autônomo, dono do seu veículo? Não há lei nenhuma
dizendo que ele, o Prefeito, tem de autorizar o proprietário a fazer uma
publicidade que está autorizada em lei.
Então,
aí a Comissão de Justiça poderia ter se posicionado. Eu imagino que agora,
quando for analisar o Projeto do Ver. João Bosco, ela vai ver que o Decreto
está completamente equivocado, isso fará com que o Prefeito reformule o
Decreto, retirando essa obrigatoriedade quanto à autorização junto ao
sindicato. Não tem por que pedir autorização para sindicato nenhum!
E, de novo, quero
cumprimentar o Prefeito José Fogaça, porque ele troca o nome “Centro” por
“Centro Histórico”. Agora, não posso cumprimentá-lo quando ele passa a chamar o
Centro Histórico de bairro. O Centro é o Centro; bairro é bairro. Os nossos
ônibus dizem em uma placa “Bairro-Centro” ou “Centro-Bairro”. Todos eles se
dirigem para o Centro, todos eles saem do Centro. O Centro não é um bairro; o
Centro é o Centro. Eu vou fazer uma Emenda nesse sentido, para que se mantenha
o que já está previsto em Lei, em 1959, alterada em 1970, mas sempre chamando a
área central de Centro e nunca de bairro Centro. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Prezados Vereadores e Vereadoras; Sr. Presidente, Luiz Braz; do conjunto de
Projetos que estão em Pauta hoje, há dois que são importantes aqui, Verª
Maristela Maffei. E quero referir-me a dois Projetos que dizem respeito à
questão do planejamento da Cidade, ou do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental. Um é de autoria do Executivo; o outro, de autoria da Verª
Maristela Maffei.
Quero
dizer aqui que concordo com a tese levantada pelo Ver. João Antonio Dib. Se o
Executivo não tomar providências para cumprir a lei no que diz respeito ao
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, que diz que, a cada cinco
anos da sua elaboração, ele terá de passar por uma revisão - e nós já estamos
com esse tempo vencido -, nós teremos que começar a aceitar os projetos que
dizem respeito a alterações do Plano Diretor, porque nós já passamos, nesta
Legislatura, neste mandado, de um ano e oito meses, e nada da reelaboração, ou
revisão do Plano Diretor.
E
o Plano Diretor de Porto Alegre construiu um processo de planejamento
participativo, qual seja, de que a sociedade tem de participar das decisões da
Cidade. Aí, o Executivo manda um Projeto para esta Casa mudando, Ver. Adeli
Sell, o conceito do Centro da Cidade, denominando o que é o Centro, hoje, como
Centro Histórico. Essa simples denominação, pela questão legal, pela
legislação, muda todas as atividades que podem e que não podem ali se
desenvolver. Um Centro Histórico - e aqui há vários arquitetos que já
conduziram os trabalhos e sabem disso - precisa de um conjunto de cuidados
especiais, como o transporte, atividades que podem ser desenvolvidas,
preservação do patrimônio histórico-cultural, dos bens tangíveis e dos bens
intangíveis, sendo que os bens tangíveis são, prioritariamente, os
arquitetônicos, os prédios. Então, toda essa discussão teria de ter acontecido
com o Fórum de Planejamento I da Região Centro da Cidade, e não aconteceu uma
única discussão.
Portanto
o Executivo, ao mandar um Projeto instituindo o Centro da Cidade como Centro
Histórico, mudando um conjunto de atribuições e não levando em consideração o
que diz o Plano Diretor, de que o processo de construção da Cidade é feito
através do planejamento participativo, toma no mínimo uma posição unilateral e
tecnocrática. Lembro que foram instituídos oito Fóruns Regionais, um deles é o
da Região Centro, sendo que, todas às terças-feiras, o Conselho do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano e Ambiental se reúne na sede da Secretaria do Planejamento para fazer essas discussões.
Essa atitude do Executivo não contribui para a construção da Cidade
sustentável. A Cidade sustentável se constrói com o planejamento participativo.
A Cidade sustentável se constrói com os diferentes setores apresentando as suas
opiniões, as suas posições sobre a complexidade que é a Cidade.
E
aqui venho fazer, sim, a defesa de um método, de um conceito, não quero nem
entrar na análise do conteúdo específico do Projeto da Verª Maristela Maffei,
ou no Projeto do Executivo, que podem ser louváveis, mas o método da democracia
participativa tem que ser preservado. O método da democracia participativa e do
planejamento participativo está instituído no Estatuto da Cidade. O Estatuto da
Cidade, lei aprovada em 10 de julho de 2001, reorientou, reordenou e diz que
todos os Municípios que não têm Plano Diretor devem fazê-lo através do
planejamento participativo, e aqueles que querem reestruturá-los também têm que
fazer através do planejamento participativo. E, aqui em Porto Alegre, nós temos
um processo avançado de democracia participativa com planejamento, que são os
Fóruns de Planejamento, que é o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental. No momento em que chega a esta Casa um Projeto do Executivo,
pressupõe-se que isto deveria ter sido feito: a afirmação do planejamento
participativo, situação esta que não aconteceu por parte do Executivo
Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós
vivemos em constante evolução. Eu sempre acho que o método nunca pode estar
estagnado. Sou Vereadora desta Cidade e sempre defendi o Orçamento
Participativo. Agora, há um Orçamento também que é... Nem sei dizer o nome
ainda, não consegui achar o nome ainda. Há um Orçamento que algumas pessoas
colocam como verdade única, elas não conseguem conceber que há outras pessoas
que discutem esses pensamentos com outros segmentos, que não há problema
nenhum.
Eu
acho também que o Governo se equivocou em não mandar para cá, para esta Casa, o
pré-Projeto sobre a questão da Revisão do Plano Diretor. Mas quero
parabenizá-lo também por não ter enviado neste mês, ou neste período, período
eleitoral, o que não seria bom para a sociedade, não faria bem para a
sociedade, e nós sabemos por quê. Então, deixar passar o período eleitoral,
para depois nos debruçarmos sobre esse tema vai fazer bem para todo o mundo,
independente dos resultados eleitorais. Isso é bom para a democracia. Agora,
nós também sabemos que sempre que algo fica estagnado num determinado setor, se
não der uma chacoalhada, corre o perigo ao inverso: de essa tal construção
coletiva se tornar um personalismo e a história de um só, porque há o
personalismo coletivo também, e esse é o mais grave na história da humanidade.
E nós estamos aqui em pedaços, somos partes, não temos que concordar
exatamente, todo mundo igual.
O
Projeto desta Vereadora, junto com o Ver. Sebastião Melo, foi discutido com
toda uma comunidade, no mínimo para instigar o Executivo, no mínimo para
instigar a região, porque, quando nós discutimos isso naquela região, não
levaram em consideração, e outro segmento pode trazê-lo aqui, sim, para revisão
do Plano Diretor. Qual é o problema? Isso no mínimo é um viés ditatorial de
alguém que tem no seu pressuposto a verdade única. Isso não vou aceitar, porque
esta Vereadora, como tantos outros, sempre esteve na ponta da base, respeitando
os princípios; agora, um “basismo” exacerbado, com um discurso que não condiz
com a realidade desta Vereadora?! Jamais vou ter essa prática e vou combater
aqui como lá também, porque democracia se constrói assim. E, se tivermos que
retirar desse Projeto - e ele foi instigador no sentido de ter o olhar para
aquela região - mais uma faceta, mais um pedaço, para que ele seja incluído,
assim o faremos! Não sou melhor do que ninguém, nem menor!
Portanto,
eu espero que seja assim a democracia que nós estamos construindo, precisamos
ter a coragem para, sempre que necessitar, remodular, reinventar, reconduzir,
mexer, fazê-lo, porque ninguém é dono da verdade! E a história recente tem
mostrado isto: temos que colocar os sonhos da gente onde é possível
construí-los, dentro daquilo que a gente acredita. E, se for preciso refazer
algumas teorias, nós temos que ter a grandeza de refazê-las, e todo Projeto que
esta Vereadora colocar nesta Casa sempre vai ter essa vontade, essa forma de
realização, com o pensamento sempre de, se for necessário, retirar e recolocar
onde a sociedade disser que é melhor. Isso eu acredito que é o melhor para
todos nós. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; em nome
da Bancada do Partido dos Trabalhadores - Ver. Adeli Sell, Verª Sofia Cavedon,
Ver. Carlos Todeschini, Verª Margarete Moraes, Verª Maria Celeste e Ver.
Aldacir Oliboni -, trago aqui para a discussão o tema da Saúde Pública e as
responsabilidades constitucionais em relação a esse tema.
Nesta
semana tivemos uma decisão histórica, sob o ponto de vista da Justiça do Rio
Grande do Sul, referente à Saúde Pública do Estado. A Justiça mandou o
Governador Germano Rigotto apresentar, em no máximo 30 dias, um plano de
pagamento de 365 milhões de reais, sob pena de retenção dos valores, pelo descumprimento
constitucional que o Governo do Estado vem fazendo com a Saúde Pública, porque
deveria repassar anualmente 12% da verba do Orçamento do Estado, e ele
repassou, no ano de 2003, somente 5,87%. Essa decisão judicial é referente
somente ao ano de 2003, mas, se analisarmos os anos de 2004 a 2006, o Governo
do Estado deve hoje em torno de 1,5 bilhões de reais para a Saúde Pública do
Rio Grande do Sul. Essa é a situação que temos de analisar e para a qual
deveremos ficar alerta diariamente.
Este
Vereador fez, no início do ano passado, um Requerimento - e não obtivemos
resposta até o momento -, pedindo que seja informado a todos nós, diariamente,
qual é o repasse que o Governo do Estado faz para a Saúde de Porto Alegre, a
título do que faz o Governo Federal, do qual recebemos diariamente todas as
informações sobre os repasses do Sistema Único de Saúde, para podermos
fiscalizar e verificar se a Constituição está sendo cumprida.
No
Rio Grande do Sul, a Constituição não está sendo cumprida no que diz respeito
ao tema Saúde Pública, e, senhores e senhoras, para o Município de Porto
Alegre, em 2005 e 2006, o repasse de verbas do Governo do Estado para a Saúde
do nosso Município foi exatamente zero. Essas são as palavras do Secretário
Municipal da Saúde, Pedro Gus. Portanto, eu acredito que o Executivo Municipal
não pode aceitar esse desmando constitucional em relação ao Município de Porto
Alegre.
O
Prefeito José Fogaça também deveria entrar na Justiça contra o Governo do
Estado, por não repassar os recursos constitucionais da Saúde para o nosso
Município, Município que absorve a maioria da população do Estado do Rio Grande
do Sul, que para cá vem em função da excelente qualidade dos serviços clínicos,
serviços médicos e hospitalares que possuímos.
Nesse
sentido, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o meu Partido, o Partido
dos Trabalhadores, através da sua Bancada estadual, que apresentou essa queixa
ao Ministério Público, sente-se gratificado num primeiro momento; mas isso não
está concluso, porque a Justiça do Rio Grande do Sul mandou o Governador
Rigotto depositar, em 30 dias, os 365 milhões de reais. Nós não queremos só
isso; queremos que a Justiça dê a segunda sentença e que faça o Governador que
disse que iria construir um posto de saúde a cada quilômetro depositar 1,5
bilhão de reais que deve para a Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul.
Essa é a posição do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, é uma pena que o Ver. Comassetto não tenha tido
esse cuidado quando ele estava no Governo Estadual e Municipal, quando os seus
Governos descumpriam a Constituição Brasileira no que se refere aos percentuais
destinados à Saúde Pública do nosso Município e do nosso Estado. É uma lastima
que só agora, quando está na oposição, o Vereador começou a ter uma preocupação
com a área da Saúde Pública e com a saúde daqueles que mais precisam.
Sr.
Presidente, eu queria aproveitar este tempo de Liderança para compartilhar com
este Plenário importantes avanços conquistados na nossa Cidade. Eu queria me
referir, preliminarmente, às novas iniciativas, frutos da parceria da
Prefeitura de Porto Alegre com o Governo do Estado, que protocolou a criação de
um programa municipal de microcréditos, hoje considerado um importante
programa, porque, na verdade, ele agiliza e simplifica a concessão de créditos
aos pequenos empreendedores locais. Eu acho que é uma iniciativa que extrapola
as ações do mero assistencialismo, para investir na capacitação das pessoas, na
geração de renda e no desenvolvimento das atividades produtivas para as pessoas
de baixa renda.
Eu
queria também compartilhar aqui um novo passo na nossa política habitacional de
Porto Alegre. Eu sempre tenho dito que uma das maiores dívidas sociais que nós
herdamos foi exatamente na área da política habitacional, considerando que, se
tivesse prosseguido naquele ritmo do Governo passado, iríamos levar 98 anos
para resolver o problema da habitação popular em Porto Alegre. Então, eu acho
que a conclusão do projeto da Vila Dique é mais um passo no processo de
urbanização e de melhoria das condições de moradias populares na nossa Cidade.
E
também, nesta semana, nós tivemos dois avanços importantes no que se refere à
política de defesa das crianças da nossa Cidade. Quem pôde presenciar viu o
significado das reformas da sede do Conselho Tutelar, da Microrregião 4, que
atende toda a região da Lomba do Pinheiro e também a região do Partenon, onde o
Prefeito entregou as obras de restauração da sede, dando assim melhores
condições de atendimento à Microrregião 4 do Conselho Tutelar da nossa Cidade.
A Prefeitura, investindo na qualificação da infra-estrutura e no ambiente
de trabalho, contribui para a política de proteção, que depende, evidentemente,
dessa porta de entrada que são os Conselhos Tutelares da nossa Cidade,
que trabalham a política da infância, uma política prioritária na realidade do
nosso Município e do nosso País.
Eu queria também aqui discutir um pouco essas
iniciativas que avançam no processo de democratização de Porto Alegre, uma
Cidade que já se consolida ao longo da sua história - passa Governo, e sai
Governo - e que, pelo protagonismo do seu povo, preserva as características de
participação democrática. E, agora, com um Governo que prioriza a questão da
radicalidade democrática, há um incentivo a novos instrumentos de
co-participação entre a população e a Prefeitura de Porto Alegre, eu me
refiro ao novo projeto de parceria entre a sociedade de Porto Alegre e a
Prefeitura, o projeto Cuidando da Cidade. No dia de hoje, o projeto Cuidando da
Cidade está trabalhando, de uma forma integrada, com todos os órgãos da Prefeitura
na Vila Cruzeiro. Esse é um compromisso da Prefeitura que sai do papel para
entrar concretamente na vida das pessoas, melhorando a história das nossas
comunidades. Lá se busca a solução para os problemas da água, da
infra-estrutura, do saneamento básico, não apenas de uma forma unilateral, mas
exatamente construindo uma cultura de co-responsabilidade entre o Poder
Público e a nossa sociedade - as mulheres e os homens do nosso Município.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Verª
Clênia.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no dia em que a
Câmara Municipal completa 233 anos, eu havia elogiado os pronunciamentos do
nobre e querido Ver. Carlos Roberto Comassetto: eu disse que ele sempre falava
com muita seriedade. No entanto, nesta Comunicação de Liderança eu sou obrigado
a retirar o “sempre” e retificar para “quase sempre”, porque nessa Comunicação
de Líder... E eu não vou defender ninguém, apenas vou estabelecer a verdade. Em
matéria de constitucionalidade nós temos muitas coisas absurdas neste País! Nós
temos um salário mínimo que, na forma constitucional, assegura ao trabalhador: casa, comida, roupa lavada, férias na
praia, Educação, dinheiro na poupança - e para quatro pessoas! Nós todos
sabemos o que o salário mínimo consegue para uma família de quatro pessoas.
A
mesma Constituição diz que a Saúde é direito de todos e dever do Estado - e o
Estado não é o Estado do Rio Grande do Sul, é a União, são todos, é o
Município. Mas eu disse que faltou seriedade na reclamação. Disse o Vereador
aqui que a Justiça julgou procedente uma ação civil pública interposta pelo
Ministério Público, que acusa o Governo de não cumprir a obrigação
constitucional de destinar 12% da receita tributária líquida para a Saúde.
Somente 5,87% teriam sido aplicados.
É
verdade que todos os Partidos da Assembléia Legislativa assinaram o Pacto pelo
Rio Grande, inclusive o Partido dos Trabalhadores, por unanimidade, no entanto
a Justiça não está conforme, não está entendendo que o Judiciário deva também
se submeter para que o Rio Grande se torne viável. Mas segue a notícia da nossa
Rosane de Oliveira, na página 10 do jornal Zero Hora de ontem (Lê.): “A Justiça
mandou o Governador apresentar, em no máximo 30 dias, um plano de pagamento dos
R$ 365,1 milhões, sob pena de retenção dos valores.” Bom, um plano de pagamento
ele pode apresentar, dizendo que vai pagar “x”, um “x” pequenininho, e aí ele deixa
para os outros. Bom, mas continua a nota (Lê.): “Como o Governo mal está
conseguindo pagar os salários dos servidores...” - e não é com receitas
próprias, ele teve que fazer uma apropriação de valores para que se pudesse
pagar o mês de agosto. Repito: “Como o Governo mal está conseguindo pagar os
salários dos servidores, não se sabe de onde sairá o dinheiro para cumprir a
ordem judicial.” Ordem judicial que não pode ser cumprida, não é cumprida, e
não acontece nada, aí estão os precatórios para provar - o Governo deve, vai
pagar um dia, mas não sabe como. Agora até está se fazendo um fundo para pagar
precatórios, vendendo imóveis que o Governo tem, supérfluos, talvez para pagar
alguns precatórios.
Mas
o PT, que apresentou queixa no Ministério Público - e foi aí que faltou
seriedade para o meu amigo Carlos Roberto Comassetto -, comemorou a decisão
judicial. O curioso é que, quando o Olívio Dutra foi Governador, a oposição o
acusava de não aplicar na Saúde o percentual previsto na Constituição. E ele
não aplicava mesmo, só que a oposição ao Sr. Olívio Dutra, o Governador do
Estado, sempre foi muito mais acomodada, como acomodada foi, nesta Casa, a
oposição ao Governo anterior, nos 16 anos. Sempre foi mais acomodada e não
entrou na Justiça, não fez carnaval. A oposição reclamava, mas também tinha
competência e seriedade para dizer: “Não tem como fazer”. Aqui nesta Casa, eu,
Ver. João Dib, reclamei quando a Lei Orgânica não era cumprida. Treze por cento
do montante global do Orçamento da Prefeitura não eram aplicados. O que eles
fizeram? Mudaram a Lei Orgânica: passou a ser 13% da Administração
Centralizada.
Portanto,
querido Ver. Carlos Roberto Comassetto, aquela declaração de seriedade
permanente ficou um pouco ofuscada, mas V. Exª continua um Vereador muito sério
e tem sempre o meu respeito, mas, nesse momento, nessa acusação feita numa
Comunicação de Líder - portanto, ela não era só de V. Exª, era do Partido todo
-, eu o absolvo em parte. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Obrigado, Ver. João Dib.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, se nós
fizermos uma análise fiscal e financeira dos Estados, se examinarmos os Estados
da Federação, vamos concluir que os Estados exportadores de produtos primários
são os grandes penalizados da Federação por uma lei denominada Lei Kandir. Esta
Lei, vejam, interessa ao Brasil, na medida em que traz divisas para o País,
porque, ao liberar o produto primário dos impostos estaduais - ICMS -, cria a
competitividade no mercado internacional e, com isso, remete divisas,
internaliza divisas para o País, o que é excelente, só que não se cumprem os
preceitos literalmente estatuídos da Lei Kandir, que são, exatamente, a
compensação. Isso tem asfixiado o Rio Grande, que vem sofrendo injusta e
desumana asfixia em face da não-compensação por parte do Governo Federal.
Quando
nos aproximamos da Revolução Farroupilha, do 20 de Setembro, e examinando os
fatores determinantes da Revolução Farroupilha, com os pesados tributos
impostos à produção maior do Rio Grande, o charque, nós vamos ver que por muito
menos aqui, no Rio Grande, se fez o Movimento de 1835, a Revolução Farroupilha.
Então,
independentemente do governante A, B ou C que está governando ou que vai chegar
ao Palácio Piratini, que vai governar o Rio Grande, na minha opinião nós
tínhamos que fazer um grande movimento, um movimento suprapartidário, reunindo
as forças vivas do Rio Grande exatamente para questionar a denominada Lei
Kandir, que impõe o sacrifício e não dá compensação na forma da lei. Seria a
intervenção, às avessas, se tanto pudessem fazer os Estados. No passado, fez-se
uma Revolução, a de 1935, e, presentemente quando optamos pela liberdade,
quando optamos pela democracia, quando optamos pela paz, resta-nos, sim, um
grande movimento das forças vivas do Rio Grande, sem conotação partidária. Um
movimento no sentido de exigir do Governo Federal o cumprimento das disposições
literais da Lei Kandir, que penaliza o Estado por exportar e, em exportando,
desonera o ICMS, mas o Estado não recebe a compensação, levando-o a uma
situação de asfixia; está asfixiado o Estado, enfrentando mil dificuldades para
cumprir o mínimo que é a sua folha de pagamento. E aí há uma decisão judicial
de 365 milhões de reais, obrigando o Estado a depositar, colocar um plano de
pagamento, isso foi tratado inclusive pelo Ver. João Antonio Dib, quando fez
referencia à coluna da Rosane de Oliveira.
Então
é preciso que haja um movimento no Rio Grande, Ver. João Antonio Dib, se
continuarmos com a equação regional apenas, já que não se pode mais falar em
aumentar impostos, pois o povo está também asfixiado pela carga tributária.
Então o que resta? Qual é a alternativa possível? É exatamente o cumprimento de
leis que obrigam a União a cumprir, e ela não cumpre, não recolhe aos cofres do
Estado a compensação estabelecida literalmente na lei. Então, essa é a janela
do Rio Grande, não temos outra para gritar, senão fazer exatamente perante o
Governo Federal o protesto para que não se asfixie o Rio Grande da forma como
vem sendo asfixiado pelo Poder Central. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Elói Guimarães.
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, ontem estivemos reunidos na Ponta Grossa com uma comunidade que
tinha a seguinte reivindicação: a sua rua está totalmente às escuras e sem
esgoto cloacal, no entanto é cobrada dos moradores a Taxa de Iluminação
Pública, e a rua nunca teve luz nem esgoto cloacal.
Essa
questão da iluminação pública envolve uma instituição estadual, a CEEE; por
outro lado, a Prefeitura, devedora da energia trazida às ruas através da
iluminação pública, nunca fez essa cobrança durante os últimos cinco ou seis
anos. Conseqüentemente, houve esse acúmulo e a necessidade de repasse aos
consumidores dessa Taxa de Iluminação, que agora está sendo cobrada. Em Porto
Alegre, existem núcleos, ilhas, loteamentos que não têm recebido iluminação
pública, mas que têm sido cobrados. Caberia, então, a essas pessoas cobrar
judicialmente da Prefeitura, e o pagamento que receberiam como indenização seria
em dobro, conforme a lei. Da mesma forma, com relação aos esgotos.
Então,
nós apelamos ao serviço de iluminação pública, que prontamente parece que vai
resolver a situação. E nós apelamos também ao DMAE e ao DEP, no sentido de que
um ou outro - ou os dois - dê socorro a essas pessoas que já têm loteamento,
que já estão com as casas prontas, mas que vivem em condições sanitárias não
muito agradáveis, já que têm água potável, mas não têm esgoto. Há um breu
imenso, um perigo imenso, e segurança também é iluminação, e, por ser
iluminação, a iluminação pública da Prefeitura deverá, de todas as maneiras, no
menor tempo possível, saldar. Telefonamos agora para o Dr. Lang, e parece que
esse assunto será resolvido satisfatoriamente.
Mas
há ainda a questão jurídica de essa população receber a devolução do pagamento
da iluminação pública não feita, da iluminação não fornecida a esses moradores.
Isso, então, leva a uma questão judicial; certamente a população vai receber de
volta o seu dinheiro corrigido, o valor pago em dobro, em forma de multa,
conforme a lei. Também é uma forma de correção, porque em muitos pontos de
Porto Alegre isso ainda ocorre; mesmo que seja um percentual, no todo, muito
pequeno, as pessoas que sofrem dessa vicissitude devem, imediatamente, procurar
a Prefeitura, e elas deverão, também, ser imediatamente atendidas na sua
reivindicação.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente,
Ver. Luiz Braz; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, esta Casa ouviu, há pouco, a
manifestação do Ver. Comassetto fazendo uma dura crítica ao Governo do Estado,
Ver. Bernardino, relativamente a uma ação patrocinada pelo Partido dos
Trabalhadores ao Ministério Público, encampada pelo Ministério Público, sobre a
questão da Saúde. Eu quero, Ver. Elói, em preliminar, dizer que é verdade que o
Governo do Estado não está cumprindo o dispositivo constitucional. Mas a
história sempre tem dois lados, e eu acho que o Ver. Comassetto deveria ter
contado a história em sua inteireza, porque o seu Partido também foi Governo
aqui no Estado do Rio Grande do Sul, e, durante todo o período do Governo, o
Sr. Olívio Dutra não cumpriu o dispositivo constitucional. E o que ele tem
colocado nos debates eleitorais, Ver. Dib, é empulhação, porque uma coisa
é empenhar - V. Exª foi Prefeito, sabe o que é -, e outra coisa é executar.
A
execução orçamentária da Saúde, também no Governo do PT, nunca chegou a cobrir
o dispositivo constitucional. Agora, por que o Rio Grande do Sul não cumpre?
Será que o Governador Olívio Dutra não cumpriu porque não queria? Será que o
Governador Rigotto não cumpre o dispositivo constitucional porque não quer? Ou
pela situação econômica em que se encontra o Estado do Rio Grande do Sul? E
sabe por que, Ver. Elói, o Estado do Rio Grande do Sul chegou a essa situação?
Porque, no Brasil, a União pode tudo. As receitas compartilhadas vêm
diminuindo, e os Municípios que tinham vinte hoje não chegam a catorze. Os
Estados estão liquidados! E este Governo neoliberal recauchutado, que discursa
para os pequenos e governa para os grandes, entrega de “mão beijada” todo o
dia, toda a hora, a todo minuto, toneladas de recursos para as chamadas dívidas
interna e externa.
O
Rio Grande do Sul, anualmente, tem perdido mais de 1 bilhão e 300 mil do Fundo
das Exportações. E o Governo Lula agora, em véspera de eleição, chama os
repórteres da Gaúcha, do Correio, para dizer: “Nós vamos enfrentar essa
questão, nós vamos renegociar a dívida.” Pára com balela! Se quisesse fazer, já
teria feito. Aliás, não faltou Ministro. Teve quatro Ministros do Partido dos
Trabalhadores, e o que fizeram pelo Rio Grande? E o que fizeram pelo Rio
Grande? Há um silêncio sepulcral da Bancada do PT, porque eles sabem que não
fizeram nada, a não ser demagogia, sendo que alguns até foram demitidos por
maus serviços prestados ao Brasil. Então, “vamos devagar com o andor,
porque o santo é de barro”.
O Ver. Comassetto, tão bravo, tão guerreiro, deveria
dizer o seguinte: “Por que o CPMF” - mais de 50% - “não vai para a Saúde?” E o
que o seu Governo faz? Eu gostaria de ouvir um pronunciamento da Bancada do PT
sobre isso, assim como gostaria de ouvir a Bancada do PT sobre vários outros
assuntos que atualmente... Todo aquele discurso que se fazia na Esquina
Democrática, na porta das fábricas, de governar para os pequenos, de incluir,
de fazer Reforma Agrária, Reforma Urbana - aquilo não se discute mais! A agenda
do PT é outra, é negócio: governar para os grandes, entregar patrimônio público
e dinheiro para os banqueiros.
Quero aqui reconhecer: o Governo do Rigotto não
está cumprindo constitucionalmente, mas não é porque não quer; é porque a
situação do Rio Grande é difícil, isso se deve a todos os Governos que por lá
passaram, inclusive o Governo do PT ajudou muito nesse rombo, mas não vou
depositar no Governo do PT a exclusividade pelo rombo do Rio Grande do Sul,
isso seria irresponsabilidade, isso não é verdade.
Para mim, antes do Pacto do Rio Grande ou qualquer
outra agenda do Rio Grande do Sul, se o Brasil não tiver um Pacto Federativo,
não há saída para os Estados, não há saída para os Municípios. Porque, no
Brasil, a União pode tudo; os Estados, um pouco; e os Municípios, nada.
Portanto, chega! É hora de mudança, não dá mais para haver, diante de uma carga
tributária desse tamanho, uma devolução pífia de serviços para a população.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Luiz Braz, que preside
os trabalhos nesta tarde, demais Vereadores e Vereadoras e todos os que nos
assistem, em primeiro lugar, rapidamente quero dizer da nossa ida à reunião do
Conselho da Autoridade Portuária - na semana passada usamos da palavra aqui
para colocar as preocupações que tínhamos.
Participamos
da reunião, tomamos conhecimento de que ainda não se tratava do Edital, porém
da mudança de destinação das docas, porque hoje a área portuária do Cais
Mauá basicamente já está destinada para atividades de caráter cultural. Isso
está inclusive no Plano Diretor. Mas ainda existe, afora o Cais Navegantes e o
Marcílio Dias, uma outra parte, que é onde existia o frigorífico, e essa área
estava sendo transformada em área não-operacional. Evidentemente, isso está
ligado a uma licitação que pretende ser feita, tudo demais que eu falei aqui
continua em vigor: foi retirado da Selic, serão milhões de dólares, existe um
desconhecimento da Casa e da Cidade sobre o Projeto e aquela informação da
imprensa de que “desta vez
vai sair, porque fizemos um trabalho silencioso”.
Manifestamos - apesar de não ter direito à palavra
- a nossa grande preocupação no sentido de que o Plano Diretor seja respeitado.
A respeito disso não havia clareza de parte das autoridades portuárias, que
entendiam que, em sendo a área de jurisdição federal, poderiam fazer qualquer
coisa. E nós conseguimos, depois dessas conversas, que constasse no projeto
para a área o respeito à legislação em vigor: o Plano Diretor.
Então, creio que foi importante a nossa ida lá. Esse
problema não está solucionado, não está resolvido, e nós gostaríamos - e
reiteramos aqui - que esta Casa debatesse o assunto, que o Ver. João Carlos
Nedel - ao que tudo indica, ele representa esta Casa na discussão do Porto -
nos apresentasse um relatório da sua representação para podermos, talvez, até
chamar as autoridades portuárias aqui e os trabalhadores para uma discussão.
Não nos parece uma discussão que possa correr de forma marginal a esta Casa.
Então, gostaríamos de dizer isso, porque fizemos uma denúncia forte naquele dia
e continuamos com as mesmas preocupações. Porém não houve aprovação do Projeto
de Licitação, e foi preservado que deverá respeitar a lei.
Em segundo lugar, nós queríamos parabenizar a
Polícia Federal pela grande operação realizada na semana passada, operação que
prendeu e impediu um grande assalto ao Banrisul e, quem sabe, à Caixa
Econômica. Só lamentamos que tenha, Ver. Sebastião Melo, que vir a Polícia
Federal do Rio Grande do Sul para detectar um plano criminoso nas barbas do
Governador Rigotto e das
Forças de Segurança deste Estado, mostrando o quanto está sucateada a Segurança
neste Estado. A Polícia Federal teve que fazer operação aqui.
Queríamos
também parabenizar o Congresso Nacional, no caso a Câmara Federal, em especial
o Presidente Aldo Rebelo, pelas importantes votações realizadas no dia de
ontem, entre elas a que acaba com o voto secreto em todas as votações, seja no
Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas ou nas Câmaras Municipais.
Isso aconteceu apesar, Ver. Elói Guimarães, da resistência, de algumas manobras
que o PFL e o PSDB tentaram na votação, manobras que foram derrotadas. Mas,
como deverá haver uma votação no Senado, preocupa-nos - lá o PSDB e o PFL são
Partidos que têm bastante peso - que eles tentem restringir a amplitude da
decisão de votação aberta, que é um aperfeiçoamento da democracia.
Por
fim, concluindo, também refiro a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas,
criando o Supersimples, reduzindo inclusive a carga tributária. São notícias
positivas que enaltecem o trabalho do Presidente da Câmara dos Deputados às
vésperas da eleição, o Presidente consegue, com a sua persistência, com o seu
trabalho, votações tão importantes - o Presidente Aldo Rebelo, do Partido
Comunista do Brasil. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver.
Carrion, como V. Exª é um homem bastante trabalhador e como nós fizemos uma
discussão aqui com relação àquela Comissão que está discutindo a destinação
agora do Cais do Porto, temos que ter um entendimento bem claro nesta Casa,
porque, afinal de contas, é da legislação: quem dá o zoneamento para a Cidade
são as leis municipais, é o Plano Diretor. Nós é que estabelecemos os zoneamentos.
Aqui está, realmente, a autoridade para que se façam as destinações das
diversas partes da nossa cidade. Ali pode ser do âmbito do Governo Federal, mas
as destinações, os zoneamentos são feitos através do nosso Plano Diretor.
Então, V. Exª agiu muito bem, estando lá, representando a Câmara Municipal.
Qualquer aspecto que for mudado no Cais do Porto, nós aqui é que vamos votar
dentro do Plano Diretor.
O
SR. RAUL CARRION:
Corroborando com V. Exª, na verdade, se a área será operacional ou não, o Porto
pode decidir. Agora, quanto aos critérios de construção, alturas, etc., isso é
uma decisão da Câmara; e, no meu entender, não havia esse entendimento no
Conselho. Acho que ficou clara e definida essa questão na reunião.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Mas o Conselho se frustraria, porque essa é uma competência nossa.
O
SR. RAUL CARRION: É uma
situação constrangedora darem uma decisão no Conselho para levantarem prédios
de dez andares; evidentemente seria um absurdo para o nosso Porto, e nós
entraríamos num conflito. Creio que foi um encaminhamento...
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito
bom que V. Exª tenha ido lá, muito obrigado.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. Eu
solicito que o Ver. Bernardino Vendruscolo assuma a presidência dos trabalhos
para que eu possa discutir a Pauta.
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Bernardino Vendruscolo, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, Ver. João Dib, eu lembro que esse Projeto proporcionou muita
discussão na Casa. E nós tínhamos a Casa cheia de motoristas de táxi quando
votamos a permissão para que os taxistas pudessem explorar publicidade em seus
veículos. Isso também se estendeu para os táxis-lotação, foi numa época em que
nós também estávamos autorizando publicidade no transporte coletivo. Só que o
Ver. João Bosco Vaz traz uma preocupação nesse Projeto que eu acredito que
devamos levar em consideração: as entidades que representavam os taxistas
naquela época acabaram se multiplicando, os sindicatos hoje já são três, não há
mais um sindicato, são três sindicatos. Através da legislação que foi aprovada
aqui, o sindicato da classe é que poderia dar autorização para que o taxista
colocasse a publicidade no seu veículo. Só que hoje temos três, então como
vamos dizer que há um que é mais representativo da categoria do que o outro? Eu
acho que é uma discussão que nós temos de fazer: sindicatos ou cooperativas?
Quem é que representa mais os taxistas?
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, é com prazer que eu
forneço o aparte a Vossa Excelência.
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. Luiz Braz, eu preciso me
penitenciar. Eu havia dito que o Prefeito João Verle exorbitou no Decreto que
fez. Não, ele não exorbitou. É que se faz tanta lei nesta Casa - e é por isso
que reclamo do excesso de leis -, que uma diz que não tem como o sindicato dar
autorização, e a outra diz que o sindicato tem que dar autorização. Eu acho
isso um absurdo. Inclusive ajudei a votar e não vi essa barbaridade. O
sindicato não tem nada a ver com o assunto. Então, eu tenho que me penitenciar.
O SR. LUIZ BRAZ: É bom fazer essa discussão com Vossa
Excelência. Vossa Excelência concorda que, se um sindicato der autorização, os
outros têm de ter essa autonomia para também poderem dar autorização, porque,
senão, nós vamos acabar privilegiando um em detrimento de outros, ou os outros
órgãos de representação, como é o caso da associação, Ver. Elói, V. Exª que
também é um Vereador ligado a esse movimento dos taxistas.
Então,
essa discussão que o Ver. João Bosco Vaz traz neste momento é uma discussão que
nós temos de fazer da seguinte forma: nós devemos manter essa possibilidade de
ter publicidade nos táxis só através de autorização? E, se nós mantivermos,
temos de conservar apenas um sindicato, ou aquele sindicato que tem o
comprometimento com os taxistas de dar essa autorização, sendo que, sem essa
autorização, o taxista não pode colocar a publicidade? Ou nós devemos alargar
esse universo para todos aqueles que são, na verdade, organismos de
representação dos taxistas? É uma discussão que cabe fazer nesta Casa. Eu acho
que o Ver. João Bosco Vaz traz bem esse Projeto, essa matéria para Casa, a fim
de que realmente possamos discuti-la.
Não
posso deixar também de dizer que o Projeto da Verª Maristela Maffei e do Ver.
Sebastião Melo tem a preocupação de transformar algumas áreas do bairro
Partenon em zona de uso do tipo misto 01, tira a concepção de zonas puramente
residenciais, zonas puramente comerciais, para zona mista 01. Eu quero ainda,
até porque sou morador da região, me debruçar um pouco mais, quero consultar a
população, quero discutir com a população ali, para ver se é, realmente, isso
que eles querem, porque acredito - agora sim, Ver. João Dib - que cabe uma
verdadeira participação popular. Eu acho que o Vereador que vota aqui não pode
votar sem consultar a população, que vai, na verdade, ser atingida pelas
modificações. Ver. Elói Guimarães, quero o tempo necessário para fazer as
consultas àquela população, que é do lugar onde eu moro, região em que moro,
para saber se, realmente, eles querem que essas modificações sejam
implementadas.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir
a Pauta.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
aprendi nos bancos centenários da histórica Faculdade de Direito da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul que a lei não deve ter palavras
inúteis. A dicção da norma, a dicção da palavra, ora colocada, Ver. João
Antonio Dib, no Projeto de Lei do Executivo nº 4.685, de 21 de dezembro de
1979, para “Centro Histórico” é extremamente importante, desde que se observe a
premissa na nossa fala antes colocada de que a lei não pode carregar
palavras inúteis. E penso que está embutido no Centro Histórico um compromisso
preservacionista, o histórico remete, Vereador-Presidente Luiz Braz, para um
compromisso preservacionista do Centro Histórico.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, nas cópias que nós,
Vereadores, temos do Plano Diretor, lá está o Centro Histórico. Eu acho
absolutamente certo - o Prefeito está certo -, apenas ele não pode chamar de
bairro o Centro Histórico: o Centro é o Centro, o bairro é o bairro.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu acho que
V. Exª já anunciou e deve fazer uma Emenda subtraindo “bairro”, porque mesmo
que na lei se possa admitir que o bairro é espaço, se nos afigura que a
população se apropriou do termo “bairro” contrariamente ao Centro. O Centro é o
que está exatamente no centro político, sociológico, e os bairros seriam
periféricos; o Centro e suas adjacências, as adjacências ao Centro seriam os
bairros, essa é a compreensão da inteligência popular, é a compreensão popular.
Quando o Prefeito introduz na lei o termo
“histórico”, e partindo da premissa de que a lei deve conter palavras que
remetem à modificação, remetem a compromissos, nós entendemos que há um
compromisso aqui estabelecido, uma manifestação preservacionista do Centro de
Porto Alegre. E isso é extremamente importante e adequado, porque se fará a leitura de que o
histórico é no sentido de preservar a história arquitetônica, a história
imobiliária, Ver. DJ Cassiá Gomes, todo esse conjunto de elementos artificiais
e naturais que compõem o Centro, que passa a ser histórico, o Centro Histórico
de Porto Alegre.
Então,
nessa linha de pensamento, nessa linha de entendimento, estamos diante de uma
proclamação, de um propósito extremamente defensável: preservar o centro
histórico, preservar o Centro de Porto Alegre, torná-lo intocável nos seus
aspectos históricos, nos seus aspectos arquitetônicos, enfim, no conjunto de
aspectos que formam essa realidade viva que é o Centro de Porto Alegre.
Portanto,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, trata-se de um Projeto de grande significação
ambiental, grande significação histórica e que, vamos dizer assim, se ajusta à
memória que nós temos que preservar, que é a história da Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada
a discussão da Pauta.
Vamos
pedir aos Srs. Vereadores que se encontram em seus gabinetes que venham para o
Plenário, para que possamos, de acordo com aquilo que já foi tratado em
reuniões de Mesa e Liderança, votar os Processos, que são importantes para a
vida da Cidade.
Solicito
a abertura do painel eletrônico; enquanto corre o tempo regimental do painel,
que é de um minuto e meio, que os Srs. Vereadores venham ao Plenário a fim de
que o nosso compromisso possa ser honrado. (Pausa.) (Após apuração nominal.)
Srs. Vereadores, infelizmente há apenas doze Vereadores em Plenário, não há
quórum suficiente para votarmos os Projetos da Ordem do Dia. Estão presentes o
Ver. Raul Carrion, Ver. DJ
Cassiá Gomes, Verª Neuza Canabarro, Verª Maristela Meneghetti, Ver. Bernardino
Vendruscolo, Ver. Sebastião Melo, Ver. João Antonio Dib, Verª Clênia Maranhão,
Ver. Professor Garcia, Ver. Claudio Sebenelo, Ver. Elói Guimarães e este, Ver.
Luiz Braz.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h44min.)
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